sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

Sobre o Amor

Quando as lembranças já não são tão claras e as vistas estão embaçadas, as mãos sentem-se fracas e o caminhar torna-se mais lento, o coração responde que ainda é tempo de viver o amor existe e persiste dentro de nós. O mesmo amor que outrora deixamos de expressar, ou que a rotina parecia abafar e as responsabilidades insistiam em adiar. O amor que optamos por ignorar, pois tivemos receio de sentir, exatamente por ter noção de sua intensidade. Ele sempre esteve ali, gritando em alto e bom tom, mas só agora nos acalmamos. O corpo demonstra suas fragilidades, o ego silencia, as vaidades são desconstruídas e, então, podemos ouvi-lo: “Anete, quanto tempo... Estava com saudade!”. Os olhos de ambos brilharam e não se importavam se estavam sendo observados. Ele deu um sorriso tímido de canto de boca e ela o olhava com admiração sincera. Os cabelos ruivos, o perfume e o sorriso espontâneo de Josiane lhe trouxeram a doce lembrança de sua Anete. Por um instante, percebemos que o amor não se ausentou, mesmo com o passar dos anos, e que Anete sempre esteve presente no vivo coração do Sr. Antônio.

Texto dedicado aos senhores e senhoras do Asilo São Vicente de Paula.

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