segunda-feira, 20 de novembro de 2017

Alento

Para Samuel Medina

O toque agradável do frio
no inverno

A beleza das nuvens
em dias nublados

O aconchego do abraço
na dor

O sonho que traz pra perto
o ausente

Você
Comigo

A poesia
na vida.

sexta-feira, 17 de novembro de 2017

Amanheceu

Texto escrito no dia 02/11/17 para o aniversário do Samuel

O Sol acordou sorrindo. As cortinas foram abertas para o espetáculo iniciar. Todas as luzes foram acesas. A chuva também exigia seu espaço e as estrelas, ansiosas, aguardavam a vez de se apresentarem.  A lua e o mar, em sintonia, dançavam. E eu assistia, escondidinha por detrás das cortinas do palco da vida, ansiosa para ver o protagonista. O grande espetáculo se iniciou e você nasceu. Tão belo! Te vi antes mesmo do meu "existir". E quando aqui na Terra o reencontrei e o reconheci, tudo clareou dentro de mim. 

Amanheceu no meu coração.

Te amo pra sempre!

Feliz aniversário, meu Samuca. ❤



segunda-feira, 13 de novembro de 2017

Palavras proféticas

"Hoje eu gostaria de não estar acompanhada de tantas pessoas. Me bastaria aquele livro e o chocolate que tomamos juntos. Senti falta da minha casa, das minhas coisas, daquelas anotações que ficam nas paredes e daquela mulher que carrego em mim todos os dias. Pensei no quanto as pessoas são fúteis, inclusive eu tantas vezes. Lamentei. Hoje amei os filhos que terei, desejei um mundo melhor pra eles e construí uma casa imaginária na árvore pra gente brincar. Andei planejando o futuro. O presente hoje estava confuso. Pensei em dizer verdades e disse, mas não me levei a sério. Hoje justifiquei demais, falei demais, pensei demais. E enfim, me cansei, como sempre, demais. Me deitei, escrevi, dormi e acordei amanhã." (Pâmela Machado, 26 de julho de 2015)

Há dois anos escrevi este texto. Eu sentia saudades de um futuro que eu desejava ter. Um sentimento um tanto complexo, eu sei. Há dois anos escrevi sobre uma casa com anotações nas paredes onde eu gostaria de morar e hoje moro nela com o Amor que, desde muito antes de me conhecer, já escrevia em suas paredes. Nossa casa tem poemas dele, meus, de amigos poetas e poetas nunca conhecidos escritos nas paredes da sala, do quarto, nos corredores tão pequenos, mas tão povoados pela imaginação e pelo lirismo. O Amor, que eu ainda não namorava,  já preparava a casa que eu visualizava em minha imaginação de "um futuro feliz". E aqui estamos (eu e Samuca) vivendo o nosso presente, uma parte profética das palavras escritas há dois anos sobre o futuro. Que venham, em breve, nossos filhos e um mundo melhor para apresentarmos a eles. Amém. 

terça-feira, 28 de março de 2017

Livro-Minuto: "O nunca mais não é verdade"

Aprendi a fazer a dobradura do Livro-Minuto com o Samuel Medina e o Rodrigo Teixeira que oferecem uma oficina de produção de livros neste modelo na Biblioteca Infantil e Juvenil de BH. Hoje participei da Oficina de Escrita Criativa, mediada por Felipe Diógenes, e a partir de uma das propostas de escrita, na qual cada participante retirava uma frase de uma caixinha, produzi esse breve texto que compõe o meu primeiro Livro-Minuto. A frase que retirei foi "O nunca mais não é verdade". Aqui vocês poderão assistir o vídeo da leitura que faço dele.

domingo, 26 de março de 2017

Agradecimentos e um "Até Breve"

Há três anos eu entrava no Colégio e Faculdade Batista como bibliotecária a convite do então coordenador da Biblioteca, Igor Resende Quintal, a quem agradeço pela oportunidade. Muitas eram as expectativas dentro de mim em relação ao novo emprego, afinal eu seria bibliotecária de uma biblioteca escolar e universitária a partir daquele momento: duas bibliotecas, dois tipos de público e demandas diversificadas, uma dupla missão. Iniciei minha atuação com o treinamento de dois bibliotecários muito competentes, Igor (meu coordenador) e Regina Segurado e com apoio de uma equipe muito empenhada. Nosso desejo era atrair os alunos para o espaço da biblioteca, assim como transportar um pouquinho do universo da biblioteca para os demais espaços da Instituição. Foram muitos os momentos em que, na interação com os leitores, além de colocar meu trabalho em prática, aprendi e cresci, pessoal e profissionalmente. Agradeço aos alunos que me receberam tão bem na Biblioteca, o que me motivou diariamente a trabalhar por e para eles, que deram sentido a tudo que realizamos. Ainda estão bem fresquinhas em minha memória algumas lembranças como: os encontros literários com o Prof. Rafael e as turmas do 9° ano; as pausas musicais organizadas pelo Prof. Shibas e os alunos do 7° ano e ensino médio; os clubes do livro mediados pela Profa. Fabíola após as aulas; o Sarau Poético  com as turmas da Profa. Fernanda Riggio; os bate-papos com os escritores Samuel Medina e Ana Faria; nossos piqueniques literários e cinemas na biblioteca; os encontros de contação de histórias (dentre eles, a primeira vez em que contei histórias para bebês no berçário); as conversas apressadas sobre as nossas leituras durante os intervalos de aulas. Estes e muitos outros momentos me marcaram profundamente e só vieram confirmar que escolhi a profissão certa e reforçar o quanto amo os livros, os leitores e as bibliotecas. Em todos os projetos, contei com grandes parceiros, profissionais educadores comprometidos com suas missões, pois eles são presentes na Biblioteca por reconhecerem o valor e a função desta na educação. A eles faço questão de deixar aqui meu agradecimento especial, reconhecendo que sem essas parcerias, seria inviável realizar muitas propostas. Com eles, me senti apoiada e motivada a prosseguir. Agradeço ainda aos pais dos alunos, que confiaram em meu trabalho e me permitiram compartilhar com seus filhos os prazeres e as venturas que a literatura e o conhecimento podem proporcionar. Sempre me lembrarei do pai que me procurou na Biblioteca para cumprimentar e reconhecer meu trabalho dizendo “quero que minha filha fique perto de você”, e ainda aquela mamãe que me encontrou no restaurante e pediu pra abraçar “a bibliotecária da escola da filha dela.” Ainda sorrio lembrando de alunos que ao me reconhecerem nos corredores da escola corriam para abraçar e falar do livro que estávamos lendo. Além destas, muitas foram as experiências boas que levarei comigo. Como me disse uma aluna do 3° ano em um dos encontros de contação de histórias: “- Tia, me lembro que você nos contou aquela história do Monteiro Lobato e pra não te esquecer, te desenhei”, também desenho hoje dentro de mim todas essas lembranças para não esquecê-las dentre tantas coisas boas que a vida me proporcionou nesses três anos. Nada foi simples de viver, nem sempre foi bom e fácil aprender para amadurecer, mas certamente as coisas boas foram tão mais relevantes que fizeram valer a pena cada minutinho das experiências que vivi.  Espero sinceramente que eu tenha contribuído para a formação de pessoas, leitores, cidadãos e futuros profissionais na Biblioteca da Rede Batista, assim como eles (os leitores e colegas de trabalho) contribuíram para minha formação. Obrigada a cada um que participou desta minha etapa profissional, parte de uma longa história, especialmente àqueles amigos que  fiz e serão para a vida toda. Desejo a todos muito amor, paz, alegrias e sucesso sempre. Viva a literatura, os leitores e as bibliotecas!


   





                   















                   







terça-feira, 17 de janeiro de 2017

Grito


As fontes secaram
As chuvas cessaram
Nunca mais se ouviu
sobre os arco-íris
Nos jardins dos homens
as flores murchas
anunciam:
Já não há Sol!
Para onde foram os jardineiros?
E todos os admiradores
das paisagens naturais
Onde estão os ouvintes
desse meu grito?
É o fim?
Apenas o eco me responde:
Fim...
Fim...
Fim

quarta-feira, 11 de janeiro de 2017

Café da Manhã

Acorda e por alguns minutos ensaia levantar-se da cama. Quando finalmente se encoraja, sua primeira vontade é de ligar para ele, mas prefere aguardar um pouco, pois sua voz ainda está rouca e ela não quer que ele a escute assim. Lava o rosto, troca de roupa e desce as escadas ansiosa pelo café, mas percebe que foi a primeira da casa a despertar e ainda terá de prepará-lo. Os pães também precisam ser comprados e a caminhada até a padaria a desanima, o que a faz adiar o café matinal, apesar da fome. Ela sente saudades da época em que tudo já estava na mesa quando acordava, mas há muito tempo a vida já exige dela independência. Aos 28 anos, já era tempo de não sentir mais falta das regalias de quando era menina, principalmente pelo fato de já ter morado sozinha. Agora que retornou para a casa do pai, percebe o quanto tudo mudou por ali e só ela que ainda não tinha experimentado essas mudanças. É tempo de encará-las: a ausência diária da mãe, a autonomia das irmãs, as novas posturas do pai frente à vida e até a falta de divisão nos afazeres domésticos. E ela que pensou no ano anterior que não suportaria tudo que estava por vir, hoje sente-se bem, inteira, feliz, embora ainda sinta as dores e as sensações tristes deixadas pelos últimos acontecimentos de sua vida. Sabe bem que assim como as feridas, elas levam tempo para sarar. Em meio às suas reflexões, não percebe que a “mesa do café” foi preparada. Com a caneta na mão, apoiada sobre seu caderno, se põe a escrever, uma prática que deixou de lado por alguns meses e que sempre lhe fez muito bem. Em seguida, faz uma breve interrupção em seu texto e liga para ele, o dono da voz que despertou seu coração de um sono longo e profundo. Escuta as palavras que ele diz como quem degusta uma sobremesa saborosa e desliga sorrindo. Seu café da manhã não poderia ser melhor, feito das palavras que acabara de ouvir e saborear e daquelas que agora escreve para saciar sua fome.

terça-feira, 10 de janeiro de 2017

A dor do poeta

 [Para Samuel Medina]

Surpreendem-me aqueles
que dão trégua ao amor.
Quero trégua
apenas dessa dor
que de tão sua
também é minha.
No jardim do poeta
também brotam espinhos
e da dor
ele faz poesia.